sexta-feira, 29 de janeiro de 2010

Faz hoje precisamente três meses...

... que recebi o melhor presente de sempre.
... que descobri que estava de bebé.
... que o meu marido acariciou pela primeira vez a minha barriga de mãe
... que deixei de temer que o nosso sonho jamais se realizasse
... que passei a ter um medo aterrador de não conseguir proteger o nosso bebé
... que voltei a sorrir
... que ansiei pelos exames ao sangue e ecografias invasivas e desconfortáveis
... que senti umas ligeiras náuseas e tonturas
... que passei a desvalorizar tudo em prol de um pequenino ser
... que tive a certeza de que tinha tudo para ser feliz.

É um bungee jumping constante de emoções, de alegrias e de dúvidas, que - precisamente três meses depois - não trocava por nada. UUUUUUUUUUUUUUUUiiiiiiiiiiiiiiiiiiii!

quarta-feira, 27 de janeiro de 2010

Ansiosa

E com medo.
A única altura em que me sinto verdadeiramente tranquila é na hora da ecografia e um dia ou dois depois. Isto porque já ouço o coração, o pequeno coração, a bater forte e porque o vejo, também ele pequenino e frágil (penso eu), a nadar dentro de mim. Depois é que são elas.
Depois tenho medo de tudo, sobretudo dos nervos que me têm acometido por estes dias. Questiúnculas de trabalho, apenas isso, mas que são capazes de me tirar o sono durante a noite.
Escusado será, por isso, dizer que estou ansiosa pela ecografia do dia 2, em que vou revê-lo e saber o resultado do rastreio bioquímico do primeiro trimestre.
Dir-me-ão que estes medos são normais, a minha amiga Susana repete-o amiúde, mas, acreditem, de pouco me valem. Não por falta de consideração, apenas por miúfa. É trabalho que vos poupo. O meu marido já vai gozando com a situação dizendo que este medo me vai acompanhar até ao dia em que o cachopo ou a cachopa entrar para a universidade.
Tirando isso, estamos muito felizes. Sobretudo porque começámos a comunicar a boa nova a quem nos rodeia. As reacções têm sido as mais diversas, mas todas elas muito emotivas.
Tem sido bom. Muuuiiito bom.

segunda-feira, 25 de janeiro de 2010

É bom estar deste lado

Do lado de quem gera vida no ventre, de quem se sente abençoada por se encontrar em estado de graça.
Foram três longos anos até chegar aqui. O primeiro na expectativa de que tudo iria acontecer normalmente, o segundo de angústias e procura de soluções e o terceiro de tratamentos até à desistência. Porém, antes de acabar, o terceiro ano ofereceu-nos o surpreendente positivo.
A segunda risquinha cor-de-rosa chegou um mês depois de uma TEC (Transferência de Embriões Criopreservados/Congelados) falhada. Foi a terceira e última intervenção médica do ano. Depois disso, chorei, baixei os braços e recusei-me prosseguir aquele caminho.
Mal sabia que passado um mês ia estar abraçada ao meu marido a festejar uma vida gerada pelos nossos corpos e não pelas agulhas. Comprova-se, uma vez mais, que a cabeça e o corpo precisavam daquele descanso, necessitavam que os desligasse daquele problema para, prontamente, responder e dar-nos aquilo que mais queriamos.
Aos pouquinhos vou tentar apanhar o fio à meada destes três meses que têm tido tanto de receosos, como de saborosos.
Aos poucos vou voltar.